Vamos a la playa - Exposição individual

Texto de Jozias Benedicto | Maio de 2024
QuadraSoltas - Porto - Portugal

Vamos à praia oh o-o-o-oh A bomba explodiu As radiações tostam Johnson Righeira e Carmelo La Bionda

Mar, areia, ondas, um pouco de céu, tudo em uma paleta incomum – roxos, violetas e lilases, vermelhos, um e outro azul ou verde, acinzentados. Pincéis e tintas e o olhar da artista conduzem o espectador a uma visão de cima e de perto, como se a amplidão de uma paisagem marítima se reduzisse a uma maquete sobre uma mesa, se transformando de um universo para mergulhar em um objeto para minucioso exame. Alguns elementos perturbam a impassibilidade das praias: pernas de mulher, uma criança solitária que brinca, se contorcendo para encarar o espectador. E malas, muitas malas, fechadas, como se contendo segredos avassaladores. A pintura de Odette Boudet – em exposição individual no Espaço QuadraSoltas, no Porto – está profundamente ancorada no cinema, formação inicial da artista, que também é mestre em Artes Plásticas com especialização em pintura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Em seu trabalho mais recente, as séries das malas aqui mostradas, podemos sentir a presença forte de elementos da estética cinematográfica, além de exce-lente qualidade pictórica exercitada nos cursos e práticas de ateliê. 

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Ideias Inadequadas

Texto de Camila Tisott | Fevereiro de 2024
Espaço Invisível - Lisboa - Portugal

 As ideias inadequadas aparecem como pesadelos e pensamentos intrusivos. Deixar de lado ou ignorar as ausências e as vivências sutis do dia a dia não fazem com que elas desapareçam. 

É necessário um diálogo. 

Busca-se, nesta exposição, o encontrar das luzes e sombras, através de transparências e pinceladas. 

Enquanto os retratos simulam as ausências, em um dançar entre pinceladas e a textura do tecido, Odette Boudet transparece os sentimentos de nostalgia e um olhar para algo que está além-tela. A espada, a faca e os tecidos que aparecem nas peças de Boudet refletem a dualidade de nosso eu no cotidiano: hora cortante - hora apaziguadora. 

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Três tigres tristes

Texto de Camila Tisott | Novembro de 2022
Aartes - Porto- Portugal

 A Mala se apresenta aqui como modelo vivo. A experiência de uma imagem representativa de um sentimento latente. 

Perguntamos sempre, mesmo que somente em nossas mentes, o que as pessoas carregam dentro de suas malas. Lembranças, roupas, saudades. A Mala naturalmente remete a um deslocar, um ir e um ficar. Depois deste ficar existe sempre um partir. 

Ao exibir a mala, exibe-se sentimentos em formato de Caixa de segredos. Curiosos e atentos admiradores observam uma cena quase cinematográfica de uma modelo viva. Odette chama a mala de modelo viva, e ousamos usá-la nesta exposição. 

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Olhar do Cinema - Exposição individual

Texto de Carla Mühlhaus | Outubro de 2022
Dona Mira - Porto - Portugal

Por mais que tentem nos fazer acreditar do contrário, nunca estamos separados do mundo das ideias e, se o mundo nos é estranho, é porque estamos nele. A arte ocorre, justamente, por um encontro silencioso do corpo com as potências positivas e negativas desse mundo.

Na obra de Odette Boudet, profundidade, cor, forma, linha, contorno e luminosidade são ramos da pintura que mostram, antes atravessados pelo olhar de uma câmera, como ancoramos no presente, carregado de memória. Aqui o corpo já está além dele mesmo, num mundo de relações e contatos. Aparecer é, sempre, aparecer em relação. Relação com o passado, o luto, a violência, os perigos do maniqueísmo e do fascismo, mas também com o abraço e o oceano Atlântico com seu horizonte infinito de possibilidades… 

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Dissertação de Mestrado - 2022

Faculdade de Belas Artes - Universidade do Porto
Outubro de 2022 - Porto - Portugal

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Revista Rascunhos | 3a. Edição da Revista Pausa na Rede

Universidade Federal de Tocantis - TO - BR
Universidade Federal de Uberlândia - MG - BR

Memórias afectivas, desapego e deslocamento.
O que cabe dentro de uma mala? 

Suas obras mais recentes trazem a mala como foco. É uma conversa propositada como tema da migração?

É quase impossível um artista não trazer para o trabalho parte de sua vida pessoal. A pintura acaba sendo um retrato da atmosfera que incorporamos nesta relação com as coisas do mundo. Certamente que a mudança de cidade, de país, de continente e todos os aspectos envolvidos neste movimento migratório estão presentes nas imagens que escolho como referência. As malas são objetos com uma carga simbólica muito forte, que abrem espaço para reflexão sobre questões importantes para muita gente, como por exemplo a memória afectiva, o desapego e o deslocamento.

Carlos Caldas (texto e fotos) | Julho de 2021
Jornal Vozes de Gaia

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